...Mesmo sem querer, fiz algo parecido com o que condeno...
Vou explicar: estudo e trabalho com formação esportiva. Defendo que é importante oferecer atividades esportivas a crianças e adolescentes de acordo com seu momento, respeitando suas características, suas peculiaridades. Portanto, nada de especialização precoce e competições inadequadas. O que se vê muito por aí, é o inverso. E não só no esporte, há uma tendência de aceleração dos processos. A criança "precisa" executar perfeitamente tal movimento logo que tem o primeiro contato com a prática esportiva, participar de competições formais desde cedo... Muitas crianças desde cedo, tem grandes responsabilidades em suas casas, ajudam sua família financeiramente... Aprendem diferentes línguas, dão o primeiro beijo... Muito cedo, já espera-se que sejam adultinhos, enquanto deviam simplesmente e para sua felicidade, ser criança.
Bom, me peguei tentando acelerar o processo com o Felipe. Vou dar um exemplo. Ele tem quase 2 meses, é lindo e fofo! Isso já bastava, mas já dorme a noite inteira (por conta dele! Juro que não fiz nada!! Rsrs). Não satisfeita, achei (influenciada por leituras, por "conselhos"...) que ele deveria aprender a dormir sozinho no berço. Depois do banho, às vezes, ele dorme sem esforço, mesmo se colocado no berço. Só essa vez. Não costuma dormir facilmente de dia, mas mesmo assim resolvi insistir em colocá-lo para dormir durante a tarde, no berço. Usei inclusive uma "técnica" para isso, mas que adaptei. A ideia básica é colocá-lo no berço antes de adormecer. Resultados que tive: choros estridentes, estresse da mãe e do filho e sim, dormiu algumas vezes, depois de algumas sessões consecutivas de põe-tira-põe no berço.
Hoje, assumi que não sou partidária da ditadura do "não-colo": "não deixe ele dormir no colo! Não acostume mal ele no colo! De novo no colo?!?!". Poucas coisas são tão gostosas como um bom colo! Eu mesma, quero colo diariamente e fico bicuda quando não tenho. Rsrsr! Imagine uma criança com 50 dias de vida, que mal conhece o que o mundo oferece? Ele sabe muito sobre o peito da mãe, o colo e todo o conforto e a segurança que isso oferece a ele.
Claro, acho importantíssimo oferecer outros estímulos, outras atividades, que com o tempo (o tempo dele e não o meu) serão incorporadas e desejadas por ele, com calma, respeitando seu desenvolvimento.
Como muitos já disseram, vou aproveitar e curtir cada momento da vida dele como o que tem de especial e único. Daqui a pouco, ele tá correndo por aí, limpando meu beijo no seu rosto, pedindo a chave do carro... Rsrs!
Agradecimentos:
- Luiz, obrigada por me tranquilizar e tentar abrir meus olhos com grandes falas como: "que bom que você percebeu que ele precisa funcionar do jeito dele e do nosso e não como está escrito nos livros".
- Minhas amigas recém-mamães, Pri, Ká, as mães do egroup e especialmente a Lucila e a Marina, que compartilham e escutam meus anseios e sempre me tranquilizam.
- Andréa Santos, consultora de amamentação, que bateu o martelo nessa tranquilidade e segurança recém adquirida.