Olás!
Estive sumida por um motivo muito justo: o Felipe nasceu!!!!!! Que felicidade! Ele chegou com 39 semanas, no dia 19 de dezembro, com 3,050 kg e 49,5 cm. Um fofo!
Esse post vai contar minha experiência de parto, por isso, tenham paciência, pois ele é relativamente longo. Rsrs!!! Vamos lá:
- Sábado, dia 17/12: comecei a sentir uma super pressão na bexiga. Ia no banheiro, urinava 2 gotas e a pressão e a vontade de fazer xixi continuava. Com minha larga experiência, avaliei como uma possível infecção urinária. A pressão aliviava quando ficava sentada. Mandei uma msg pro médico, que disse que era possível, pediu pra eu tomar buscopan. Minha barriga ainda estava alta, tinha ido no médio na quarta anterior, estávamos contando com a chegada do Felipe no Natal mesmo. No almoço, tive uma crise de choro, desencadeada por um leve desentendimento com o Luiz, presenciado pelo Hawle (rsrsrsrs), provavelmente estimulado pelo meu estado. Mesmo depois de me acalmar, o choro de grávida vinha novamente (valeu pelo acolhimento, Halls). A pressão deu uma melhorada, ia e vinha, saí à noite pra uma festança, fiquei bastante tempo sentada. Chegamos em casa umas 2h ou 3h. Fui dormir, mas não consegui. A pressão voltou com tudo, não conseguia dormir por nada. Virava de lado, pro outro, de barriga pra cima (de bruços não dava mais, apesar de ter muuuuuita vontade) e nada. Até que finalmente tive a brilhante ideia de dormir sentada! Não consegui me acomodar no quarto, fui pra sala e relaxei um pouco.
- Domingo, dia 18/12: por volta das 6h da manhã, quando eu achava que iria dormir sentada na sala, a pressão veio de forma intermitente, a cada 10 minutos aproximadamente, com duração de 1 minuto. Qualquer semelhança com uma contração não era mera coincidência. Menos pra mim, que continuei achando que era uma relação com a tal da infecção urinária. O tempo foi passando e vi que minha dúvida sobre ficar em casa e assitir Barcelona X Santos ou ir pro Ibira assistir Brasil X Rússia, no Mundial de Handebol, seria substituída por ir ou não para o hospital. Mais uma msg pro médico, que me orientou a ir. Chegamos no pronto atendimento obstétrico do Santa Catarina por volta das 9h30. lá fiz algums exames clínicos e o cardiotoco, pra avaliar o bebê e verificar se havia contrações. Eis que nesses 15 minutos, tive 2 contrações. A médica fez o exame de toque e constatou que eu estava com 1,5 cm de dilatação. Ela me informou isso e que me avaliaria dali há 1 hora. Se a dilatação progredisse, eu poderia já ficar internada. Aí, finalmente, caiu a ficha! O Felipe estava mesmo chegando! Quando pedi a confirmação dela e ela disse que sim, e que possivelmente ainda neste dia, comecei a chorar de emoção. Nessa horinha de espera, falamos com a família, o Luiz começou a postar cada fato no facebook, todos ficaram ansiosos como nós com o momento. Eis que passa 1 hora, uma nova avaliação é feita e a situação era a mesma: ainda 1,5 cm de dilatação. A médica e eu conversamos com meu médico, que me orientou a voltar pra casa e acompanhar as contrações, voltando à maternidade quando elas tivessem mais intensas. Saindo de lá, o médico me ligou e pediu pra eu voltar por volta das 16h pra uma nova avaliação, pois ele estava na praia e gostaria de se programar melhor pra voltar pra Sampa. Fomos almoçar, facebook bombando, assim como telefonemas e mensagens. Claro, as contrações tb estavam bombando. Eu, coxinha que sou, pedi pro Luiz cronometrar todas e eu registrava num caderninho. Elas eram pentelhas e suportáveis, mas eu pensava: vai piorar... Tomei um banho, arrumamos algumas coisas e voltamos à maternidade, prontos para ficar por lá. E o que a avaliação constatou: que eu estava na mesma... 1,5 de dilatação, contrações com baixa intensidade... Putz, mais uma volta pra casa, mais uma dose de ansiedade... Não tinha muito o que fazer, se não esperar... E assim foi, acompanhando as contrações e registrando tudo na caderneta. A noite foi mais tranquila que a anterior. Conseguia dormir nos intervalos de minutos entre as contrações! rsrs!
- Segunda, dia 19/12: a expectativa continua e as contrações tb. Nada de padrão... Quando achava que elas iam ficar intensas e frequentes, vem uma levinha com intervalo de 12 minutos. Resolvo tomar banho pra dar uma relaxada, por volta das 10h. Banho quente é ótimo pra aliviar as dores. Ao lavar as partes íntimas, percebo uma coisa gelatinosa saindo de mim! Era o tal tampão mucoso! Fiquei super feliz com a possibilidade disso significar avanço rumo ao trabalho de parto! Liguei pro meu médico toooooda empolgada e ele com sua serenidade ímpar me disse que isso não indicava avanços que eu teria que ficar mesmo esperando aumento na intensidade e frequência das contrações... Humpf... Eu disse a ele que já estava a mais de 30 horas nesse "chove não molha" e ele disse que tem mulheres que ficam 2, 3 dias... O QUE?!?!?! O que será que me aguardava?... O tempo foi passando e as contrações foram aos poucos ficando mais intensas e frequentes, mas sem muita regularidade... Até que elas começaram a doer muuuuito, comecei a sentir dor nas costas tb. Pedia ao Luiz para massagear minha lombar quando estava as sentindo, era aliviador (existe essa palavra?!). Era por volta das 15h30-16h. Elas vinham a cada 5-6-7 min e apesar de eu esperar que elas viessem a cada 3 min, resolvi ligar mais uma vez ao médico, que me orientou a voltar pra maternidade. E lá vamos nós! Pela 3ª vez!!! Imaginem o trânsito de Pinheiros ao início da Paulista nesse horário... Imaginem tudo isso, com contrações intensas! Pois é, foi o que passei... No caminho, minha sogra foi a incumbida de massagear minhas costas com uma bolinha de tênis. Cheguei ao pronto atendimento e o atendimento pareceu demorar horas, tive vááárias contrações! A enfermeira me examinou e deu uma ótima notícia; 5 cm de dilatação. Fiquei muito feliz! A não ser pelo fato que seria bom eu chegar à maternidade com 3cm, pois tinha uma bactéria (streptococcus) que deveria ser tratada com antibiótico rapidamente para não passar para o Felipe. Por isso, minha internação foi rápida. O horário oficial foi 17h08. A enfermeira ligou pro médico (fiquei super segura que ela já o conhecia) avisando sobre a situação. Outra notícia ruim: a sala de parto normal estava ocupada. Claro! Murphy! Justo na minha vez. Quando visitei o Sta Catarina, mostrei surpresa por ter apenas uma sala dessas. A atendente disse que não era concorrida... Fiquei relativamente tranquila. Minha ideia era, no caminho da maternidade, ligar pra verificar se a sala estaria disponível. Caso não estivesse, eu iria para a Pro Matre. Mas, me senti segura nas vezes que fui ao Sta Catarina, pareceu que a equipe conhecia meu médico, que resolvi seguir pra ela sem me preocupar com a disponibilidade da sala. E deu no que deu ! Rsrsrs!!! Mas acho que nem a aproveitaria tanto assim... Eu queria muito ter a possibilidade de relaxar na banheira quente, inclusive tinha sonhado que o Felipe tinha nascido na banheira... Quando disse isso à enfermeira, ela falou que eu iria para uma sala pré-parto, onde eu poderia usar a ducha quente pra relaxar. Fiquei mais tranquila. Lá chegando, precisava esperar a dose de antibiótico. Coitada da auxiliar de enfermagem... Eu tava ficando cada vez mais tensa com as contrações e ela precisando me furar... Minha veias já não são tão fáceis assim... Ganhei 4 furos: um na mão esquerda, na sobra do cotovelo esquerdo, na mão direita até que o 4º furo, na dobra do cotovelo esquerdo, feito por outra auxiliar, funcionou. E as contrações aumentando de intensidade e frequência... Eu queria muito ir pra ducha, mas a auxiliar de enfermagem não podia deixar, eu tinha que ser avaliada por uma enfermeira. A cada contração minha, acompanhada de caretas, contorcionismos, e berros, por vezes, a auxiliar ficava mais tensa... Rsrs! Até que a enfermeira chegou, me examinou e, passados 50 minutos da minha internação, já estava com, dilatação total. Resultado: ela não me deixou ir pra ducha... Quis fazer xixi, ela quase não deixou, estava com receio de ser vontade de "expulsar" o Felipe... Fui, urinei e quando levantei, tive a sensação que ele nasceria ali mesmo... Isso, somado ao fato de não ter uma alternativa para relaxar, como esperava com a água, mais o fato de meu médico não ter chegado, me deixou desesperada! As dores eram intensas, mas fiquei muuito ansiosa, quase descontrolada. O Luiz, esteve ao meu lado o tempo todo, me oferecendo as mãos, braços e o que mais fosse necessário para eu apertar, massagem na lombar, palavras de apoio e incentivo (ele dizia: vc já chegou até aqui! Vc é forte! E eu dizia, aos berros: não sou maaaaaaissss!!!!!!!), mas ainda assim não consegui resistir e pedi anestesia. Em função do meu estado, fui para uma sala cirúrgica e rapidamente a anestesista me explicou os precedimentos e me aplicou a anestesia. Após alguns minutinhos e algumas contrações mais doloridas, um novo mundo se abriu. Relaxei e apreci voltar ao controle da situação. Nesse meio tempo, a médica plantonista já havia se apresentado a mim, pois como meu médico não chegava (estava no trânisto), havia grande chance dele não chegar a tempo do meu parto. Mas como a anestesia "segura" um pouco as contrações, ele chegou a tempo, sim. Foi bom estar nessa maternidade, com uma equipe que conhecia meu médico e seu jeito de trabalhar. Por isso, todos o esperaram, me acalmaram até sua chegada. Depois de um tempo anestesiada, começamos a trabalhar ativaente para a chegada do Felipe. Eu sentia as contrações, inclusive uma dorzinha. Sentia as pernas, podia movimentá-las, mas estavam pesadas. Como estava com a anestesia, a posição do parto foi aquela famosa, deitada de barriga pra cima, com as pernas apoiadas. Meu médico e a equipe me explicaram o que tinha que fazer e disseram que a parir dali era comigo. Isso foi ótimo! A cada contração, inspirava fundo e fazia força em apnéia, pelo maior tempo possível. Se após expirar e relaxar, ainda houvesse contração, poderia fazer mais força. As enfermeiras e a anestesista iam acompanhando meu esforço e me orientando. Meu médico dava o feedback de cada esforço também, já que apesar de me concentrar pra fazer a força certa, não tinha o feedback do meu próprio corpo, em função da anestesia. Apesar de dilatação total, o Felipe ainda estava alto, então fizemos muito esforço para que ele seguisse pelo canal. Já tínhamos conversado sobre a episiotomia (corte no períneo), que me apavorava mais que o parto, e ainda bem que ele não fazia de rotina, como muitos médicos, mas faria se julgasse necessário. Durante o processo, ele disse que talvez fizesse, pois o Felipe estava apresentando bradicardias e não poderia demorar muito pra sair. Nesse momento, o médico já me orientava sobre a duração e a intensidade da força que tinha que fazer, por vezes, pedindo pra eu parar, não fazer uma força tão longa, justamente para me preservar. Até que ele pediu para eu fazer duas forcinhas fora da contração e na contração seguinte, pediu para eu não fazer força, pois só a contração expeliu o Felipe. Foi lindo! Como ele controlou bastante, não teve que fazer a episiotomia e eu não tive laceração, não precisando de pontos. Ótimo! às, 19h27, o Felipe saiu, roxinho, hipotônico, olhão aberto, sem chorar. Bate uma preocupaçãozinha, mas fiquei de olho no médico, que manteva a tranquilidade, perguntei se estava tudo bem e ele disse que sim. Massageava suas costas e aos poucos ele foi ficando corado. Alguns instantes depois, ele estava mais durinho, esboçou um chorinho e chorou de vez!
Ufa! Longa a experiência, né? Mas, sem dúvida, inesquecível! Adorei passar por ela!
Ah! A bolsa estourou imediatamente antes dele nascer, espontaneamente. Sensacional!
Tinha tudo pra ter um parto natural ótimo. Não me arrependo de ter tomado a anestesia, acho que foi melhor alternativa para o momento, nas situações que estava. Mas, para o próximo, que tende a ser mais rápido ainda, segundo o médico, já estou pensando em ter o apoio de uma doula. Acho que se tivesse mais alternativas de suportar a dor, tinha aberto mão da anestesia. Faltava pouco pra ele nascer.
Ah! E vou usar a banheira da próxima vez. Como disse o médico, eu sonhei que dava a luz na banheira, mas quem sabe, não era o Felipe, era o próximo ou próxima...
Muito blablabla, dilatação, furos e Pipe e contrações. Confesso que estou confuso.
ResponderExcluirO que quero mesmo saber é se o Pipe tá liberado para correr um pouco e tomar um açaí. Eu trago ele de volta em pouco tempo.
A melhor parte do seu texto foi "...30 horas nesse "chove não molha" e ele disse que tem mulheres que ficam 2, 3 dias... O QUE?!?!?!"
Que maravilhoso depoimento!
ResponderExcluirDisposição e criatividade, com alegria de ser mamãe...
Parabéns à marinheira de primeira viagem, que está se saindo muuuiiitooo bem!
Maria Tereza
Demais, Thati! Parabéns de novo!
ResponderExcluirThati, pirei! Adorei do começo ao fim! Agora, falta só eu conhecer o Pipe! Bjos! Parabéns!
ResponderExcluirHoras de chove não molha, médico de serenidade ímpar preso no congestionamento, auxiliar de enfermagem tensa com seus berros, o "quase" não ser liberada para fazer xixi... O Felipe realmente chegou chegando.
ResponderExcluirQue legal! Muito feliz por vocês. Parabéns!
Que este pacotinho venha acompanhado de ainda mais felicidade para a família que se torna maior com a chegada de um pequeno!
nossa Thati,muito emocionante seu texto. A sua maneira de se expressar e falar aparece na sua escrita e transforma a historia numa comedia romantica! adorei!!
ResponderExcluirbjao e curta mto cada fase!
Thati!!!!
ResponderExcluirQue liiindooooo!!!! Super parabéns! Me lembrei muito da sua garra e determinação na quadra! Que lindo o seu texto, quase chorei! Fiquei imaginando tudo! Estou muito feliz por vocês. Que vcs sejam muito abençoados. Curta muito cada momento, tire muitas fotos, vc é mãe!!!!
Beijos grandes.
Langos!
Nossssssssaaaaaaaaaa 30hs, tem que ser mesmo guerreira. Adorei o depoimento! Acho que senti até a dor do parto, hahaha... Super parabéns de novo! Bjks Marcinha
ResponderExcluirGrande mãe, grande pai, grande filho!
ResponderExcluirO Avô.
Lindo, Thati! Parabéns pela mãezona que você já é, 30hs!!!! E adorei seu médico tbm! Agora quero conhecer essa fofura pessoalmente!
ResponderExcluirBeijocas a todos.
Aeee Super-Thati...
ResponderExcluirParabéns por tudo, este acontecimento coroou um ano que, ao meu ver, foi muito bom, pois em nenhum dia a vi emburrada, chateada ou nervosa, mesmo com todas as dificuldades vividas (falo em relação ao nosso trabalho)...Sempre com sorriso no rosto
Um forte abraço à sua família e feliz 2012!!
É Thati, maravilhoso seu depoimento, me senti dentro da sala de parto, ainda que fechada(rsrsrs), muito bacana mesmo tenho certeza que isso irá incentivar várias outras mães de primeira viagem (suas amigas) e enfrentar essas dificuldades, contrações, dores, ansiedades, pelo tempo que for necessário, pensando única e exclusivamente no que há de melhor para o bebê, parabéns fiquei emocionado mesmo, manda um abração pro Luiz...nem consegui ver os jogos de basquete da MACABIADAS mas isso é detalhe, salve o esporte, fortaleçe o corpo e o espírito, principalmente!!!!
ResponderExcluirlindaaaa thhhatiii!!! logo mais te ligo querida!!!
ResponderExcluirbjooo thhhania